quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Insensatez


Não sei quem é esta que veste meu corpo e caminha por aí
Insana figura, devassa, ressentida, pálida e desvanecida!
Ela é altiva, de uma tibieza descomunal.
Passa com graça, requebrando as ancas, flagelando almas cândidas
Quem é aquela que sorri em debique,
Encorpora meus gestos, desperdiça meus protestos e permeia noites sem fim...

Tomou-me o lugar lícito, ludibriou minhas verdades
Tornou meus sentimentos somente em vaidades,
Desalmada criatura, sem nexo nem convexo, aprisionou-me a essência
Burlou minhas regras
Exibiu minhas vísceras e eximiu-se da culpa.
Tornou tudo insólito, fez de mim uma vestimenta,
Fez tormentosa a existência!

Tornou-me uma quimera
Fez da vida sempre espera
Transformou rosa em espinhos,
O afago de ontem em escarninho.
Como é possível ainda sorrires?
Será que a neblina do ódio tolda-lhe os olhos?
De que vale a existência de tão inescrupulosa criatura?
Corroída pela doença, enferma em eterna agonia,
Banhada em rios de inveja,
Infectada pelo ciúme,
Motivada pela ira
Seviciada eternamente
Eternamente atormentada.

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