domingo, 24 de julho de 2011

Pequenas coisas



Claro que eu adoraria poder viver uma vida cheia de glamour, usando jóias, frequentando festas, fazendo tudo sem me preocupar, afinal, quem não gostaria?
Mas como não nasci filha de famoso nem de milionário, tenho que vestir a máscara pela manhã e ir trabalhar como todo mortal, a diferença é que minha máscara é como a do fantasma da ópera, mascara boa parte das convenções, e me deixa metade exposta.
E é a metade que não gosto que fica descoberta.
Níveis de serotonina baixos, cafeína e guaraná para dar pique, quilos de chocolate para tentar estabilizar.
Sou mau-humorada, anti-social e nem um pouco paciente.
Meu histórico de relacionamentos fracassados e frustrações com pessoas leves me permitem falar dos cortes sem ter que pedir absolvição.
Essa semana escutei uma frase que quase me levou á um ataque histérico, e me pergunto como alguém pode realmente se contentar assim!
"Você tem tudo, teto, comida, bebida, o que mais você quer?"
Quase gritei.
EU QUERO O ÊXTASE!
Eu necessito comer a carne, beber o sangue, lamber o gozo ainda quente escorrendo pela pele tremula.
Até mesmo chego á invejar por alguns segundos quem consegue se contentar com 10 minutos de um corpo presente sem alma.
Mas o que se faz sem amor nem paixão, pode e VAI machucar.
Tô realmente indo por aí, anestesiada pra aguentar essa vidinha chata, cercada de gente insonsa e feliz por se fartar no almoço de domingo.