Ange ou Démon

Sou feita de intensidades.

Preciso de tudo que me tira o fôlego, do silêncio eloqüente, da vontade que não passa.

Minhas alegrias são absolutas; minhas tristezas, extenuantes.

Eu não me limito ao pouco, eu só vivo os extremos.

Eu danço tango sob o fio da navalha, sigo desequilibrando entre a lucidez e a loucura.

Num impulso, me deixo levar por tudo que me vêm á cabeça e ao coração. E por agir tão imediatamente meu saldo é sempre meio-á-meio.

Eu sou sim.

Eu sou não.

Esperando sempre a sintônia dos opostos.

Ás vezes acerto seguindo uma dessas intuições femininas da alma;

Já outras erro tão assustadoramente, que tenho a certeza que ou foi orgulho ou imaturidade, tudo, menos intuição.

E sempre vêm a dúvida sobre o que posso controlar, até onde devo ir; e quando devo voltar?

Assim me alimento dos excessos e me esvaio em vazios.

Me apaixono num olhar, desassossego, perco o interesse sem motivo aparente.

E meu mundo é tão amplo, uma imensidão em mim, que pergunto se é o certo tentar me limitar, ou se devo continuar a errar e acertar, me resignando a aceitar todas as minhas culpas e pecados.

Eu tenho febre, eu deliro, eu desejo.

Desejo ter mais maturidade com meus atos, mas tenho medo de ser adulta demais e com isso perder meus momentos de alegria, meu direito á jogar e acreditar.

Medo de desaprender á sonhar.

Mas a vida plena é exatamente isso, os desafios, a habilidade em se lidar com eles e tornar tudo O Melhor.

Quem aceita simplesmente uma derrota, sem luta nem moral da história, não faz valer a pena viver.

 Faz sobrar espaços, faltar abraços, excesso de lacunas.

Alma intensa, atormentada, passional.

Alma que tem saudades de sonhos perdidos, que se atormenta com as faltas.

Sobra aqui a falta de paciência, a falta da presença, e sobra espaço vazio.

Eu sou toda instinto, toda cérebro e coração num duelo infindável.

Eu sou mulher.

Meu lado obscuro é o que me ilumina, e o que há de mais puro em mim.

O perigo, está na minha lucidez.

E nesses momentos o melhor é abaixar a cabeça, não se mexer, por que como todo animal eu sinto o cheiro do medo.

E esse contato interior sempre me deixa mais perto das minhas verdades. Verdades que muitas vezes são só minhas, verdades que seguem silenciosas através de mim.

Gosto muitas vezes de falar coisas sem nexo, só pra poder ver a reação dos outros.

Só como forma de atingir.

Pra sentir.

E creio que alguém que queira me entender, tem que ser meio demônio também, talvez um demônio domador de feras, com capacidade para tocar e paciência compreender. Tato e sensibilidade.

Por conta-própria e auto-risco. Pela certeza de valer a pena.

Vale.

Por que meu mundo não é compatível com o dos outros.

Por precisar demais, por ser infinita, me dou o direito de exigir demais.

De me atrair por tudo que a maioria acha errado, pecado ou imoral.

Eu não me importo de numa briga sair arranhada, desde que depois eu suba nas alturas, e seja recompensada com uma semana visceral, me alimentando de entrega e saciando sua sofreguidão de MIM.

Preciso ser sempre a *MINHA*, e nunca  “ela”.

 

O que toda mulher gostaria que VC soubesse...

ELA recebe uma mensagem no celular: “Quer jantar comigo Sábado á noite? Ass: E.”

Quase pula de alegria, já que achava que este convite nunca viria!

Passado o momento surpresa-delirante-empolgante, vem o estresse!

Estamos na quinta á noite!

(homens e butchs não tem idéia de como a gente se estressa no pré-encontro!).

Acho importante que vocês saibam tudo que se passa, foi dada a largada do inferno na terra!

Lista de coisas á fazer:

1° Cancelar tudo que seja possível cancelar até lá.

2° Ligar para a manicure pela manhã e implorar para ela encaixar na agenda. Pés e mãos.

 Não não, pode ser que não dê tempo.(pega o celular e envia sms ás 2:00 da madruga para garantir). Não tem importância o fato de que vamos de scarpin ou bota, por que com certeza, alguma coisa vai acontecer e vai ser necessário tirar o sapato. Melhor prevenir do que passar carão.

3° Separar a roupa perfeita: Tem que ser o vestido com decote que dá um super-Up e deixa o bum-bum perfeito e empinado.

Calcinha, sutiã, liga. Tudo de renda. Ok.

O infeliz do vestido perfeito não consta como existente no armário! Perfeito!Toca a correr no shopping para encontrar o dito, e nisso se vão no mínimo duas horas.

Hora de almoçar algo leve pra evitar estômago alto aparecendo no vestido. Imagina o trabalho de achar alguma comida saudável no shopping!

A manicure liga, largar o prato e correr pra lá.

8,10,12  horas de trabalho, e entre uma ligação e outra conseguimos fazer a

4° tarefa e agendar depilação na hora do almoço do dia seguinte. Afinal, que ser humano quer sair com uma mulher não depilada, mesmo que seja apenas para um  jantar?

Ajeita-se o relógio, é fechar os olhos e o despertador toca, em menos de cinco minutos (???) já é sexta feira. (tenho certeza que o tempo voou,pelo menos SEMPRE acontece comigo!).

Corre, toma café da manhã, paga as contas no banco, fecha um contrato, tira a tarde de folga. Hora do almoço, lá vamos nós, depilar buço, sobrancelha, axila, perna, virilha etc, etc.

 Tem mulher que depila até o coelhinho*!

 É meu bem, femme sofre! E lá se vai mais uma hora do meu dia. E uma hora bem dolorida, diga-se de passagem.

4° Marcar hora no salão e tingir a raiz dos cabelos que já tem meio centímetro aparecendo. Melhor aproveitar e hidratar também, além de fazer cauterização, para evitar frizz.

As mais vaidosas ainda se esforçam para fazer um peeling e tonificar a pele.

Neste meio de tempo acabou o dia e é hora de ir pra casa. Banho e cama.

Mas, dormir pra que?Ansiedade, insônia, aquele bolo no estômago.

Temos a certeza de que compramos a roupa certa, por que afinal de contas não adianta perguntar o que vestir, “eles” NUNCA vão te dizer onde vão te levar.

E quanto á roupa também é muito fácil, pois na cabeça de homens e butchs, tudo se resume á Bermuda + “papete”, Jeans + Pólo, Calça Social + Camisa Social.

Ou seja, é só abrir o guarda roupa e juntar parte de cima com a de baixo.

CHEGOU O DIA H!

Com resignação de quem sabe que errou, hora de levantar da cama, tomar uma chuveirada rápida, um leite e ir malhar, por que obviamente não importa ficar dolorida, mas sim deixar bumbum e coxas durinhos e tonificados.

(A roupa não importa se estamos de channel, do Brás ou um saco de farinha, eles não vão perceber, mas na bunda pode ter certeza que vão reparar!).

Chegando em casa vem a etapa banho, e, se ela é uma pessoa mais normal que eu, é uma coisa simples, shampoo+ condicionador+ sabonete. Agora, se você namora uma paranóica perfeccionista da vida no estilo LL, Óleos, sabonetes aromáticos, esfoliação etc. Creme tonificante para os seios, anti celulite para o bumbum e de Morango com chantilly para o resto.

 E o cabelo? Por sorte meu cabelo é bonzinho, só passar condicionador e secar com secador, mas tem gente que tem que fazer uma lavagem especial, com cremes e etc, E depois ainda vem o secador, chapinha, prancha e/ou babyliss.

Acabada etapa banho e cabelo, vem a maquiagem.

Nessa etapa particularmente perdemos muito tempo. Lá vai a babaca aqui separar cílio por cílio para passar rímel. Pentear as sobrancelhas. Melhor nem contar tudo que EU faço em matéria de maquiagem, se não vocês vão me achar maluca, e ao invés de levar pra jantar vão internar no Vera Cruz.

Torce pra sua mulher ser mais básica, aí leva só uns 30 minutos.

Ultima etapa é a parte roupa.

E sabe o que geralmente acontece?

O corpo sacaneia,acordamos inchadas, e o vestido não entra. Ou a correria foi tanta, que a cintura fica dançando como se ao invés de mulher uma vassoura a estivesse usando.

Aquela roupa que na loja ficou linda, não serve mais.

E não importa o que quer que tenha no armário, os vários modelitos  parecem lixo, e entre as paredes ecoa o grito de “NÂO TENHO ROUPAAAAA”...

E lá se vai a maquiagem!

Taca chamar a irmã ou a prima, pra emprestar aquela calça super gracinha, e ajudar a puxar o zíper enquanto a gente prende a respiração deitada na cama.

E pode ter certeza, se a roupa estiver apertada ou o sapato machucando, vai rolar uma esticadinha pra balada!

Os olhos lacrimejam, mas a gente dá conta do recado e faz de conta que é a emoção pelo momento...

Ok,ok, sei que tem muito mais coisas importantes no mundo, e o texto não está entre eles, na verdade é mais em tom de brincadeira, mas não é por isso que o assunto deixa de ser sério. Quando marcarem um encontro, amigo e *amigos bofinhos*, sejam delicados e cavalheiros, não marquem encontros em cima da hora, e elogiem, porque nós mulheres ralamos para estarmos perfumadas, macias e maravilhosas.

E acima de tudo: NÃO DESMARQUE!

Se você achou um exagero tudo isso, saiba que eu só escrevi o básico, a maioria das vezes rola muito mais que isso.

Antes do encontro é toda uma preparação, desgaste emocional, tempo empreendido, e acredite ou não, aplicação financeira!

Vocês não tem IDÉIA do gasto com manicure, bons cosméticos, maquiagem, lingerie...

Um conjuntinho de renda com strass pode custar mais que o jantar!

É por essas e por outras que nós femmes merecemos ganhar flores, bombons, sermos levadas em bons motéis.

E EU exijo no mínimo empenho para achar meu ponto G.

É o que qualquer mulher merece depois de toda essa preparação.

E que seja doce, repito 7 vezes que é pra dar sorte!

Conto-de-Fadas

Será que contos de fadas não são a realidade floreada?
Os contos de fada falam de vaidade, gula, inveja, luxúria, hipocrisia, avareza, preguiça – ou seja, os "sete pecados capitais”.
Antes de conseguir dormir fiquei pensando, e lembrei da história da Bela adormecida, e pela minha imaginação vi a princesinha,
a bruxa era o preconceito, se anunciando logo no nascimento da pequena,e me pergunto:
Será que furar o dedo é quando uma desalmada partiu seu coração?
Ou será que é o simbolismo do momento em que se tem que encarar a família em busca de liberdade para se viver de acordo com nossa identidade?
Será que dormir durante anos a fio não foi escolha dela, o jeito de fugir e não ter que lidar com a vida, com a realidade?
E se ela não receber o beijo do seu verdadeiro amor para fazê-la despertar, irá dormir pra sempre?
Ou talvez acorde, cansada da apatia, coloque uma mini-saia, escale a torre e salve a Rapunzel, para serem felizes até encontrar ela aos beijos com a Ariel?
A rainha má realmente inveja a Branca de Neve, ou tem um tesão louco por ela, e adoraria trepar a noite inteira e a persegue com 5° e 6° intensões?
Será que no fundo todas nós somos princesas querendo ser salvas?
Quantas e quantas vezes não somos a bruxa má da nossa própria história?
Dragões, castelos, guerras...
Tantas e tantas semelhanças com a vida cotidiana.
Chega até a bater um medinho de nunca mais subir no cavalo branco do orgasmo;
De ter que ver minha princesa “encantada” por umas sete ogras e engolir á seco,
correndo o risco de passar anos com um pedaço de algo indefinível entalado na garganta.
Cada momento da vida é marcado por um “conto de fadas”, seja a “Chapeuzinho Vermelho” fazendo streap Tease para o lobo, e depois sendo castigada por seu Master, ou sentada com a cesta de doces no colo chorando por não ter escutado e seguido o caminho que faria sua relação dar certo.
Ou o momento Rapunzel, presa numa torre condenada á solidão, por mães que não entendem sua diferente identidade sexual.
Em suma, os contos de fadas nunca foram feitos para crianças, e cabe á cada um conseguir passar pelas etapas de descobrimento, encantamento, lutas e conquistas.

P.S: se você beijar rãs indigentes, trepar com ogras ou anãs, não sou a mulher certa pra você!

Questão de opinião.

Hora de voltar pra casa.

Pego um ônibus, toda arrumadinha, salto, vestido preto de alcinha, faixa empurrando os cabelos para trás, brincos de argola,olhos bem marcados de lápis, rímel e gloss.
Extremamente arrumada, cuidadosamente perfumada, como toda moça quando vai encontrar o namorado, mas com uma diferença: Fui encontrar ELA.
E é isso que penso enquanto aquele par de olhos me encara.
Um par de olhos castanhos que me olham insistentemente, e que eu tenho certeza que estão escondendo uma acusação, mas a boca em linhas finas denuncia.
Aquele cabelinho arrepiado e o cheiro de musk começam a me irritar enquanto ele se mantém parado na minha frente, acho que esperando eu responder mais alguma coisa.
Acabei de sair de uma sessão de cinema após ver uma comédia engraçadissíma, mas todo meu bom humor vai indo pelos ares junto com a fumaça dos carros passando.
“Mas você não parece!” ele repete.
“Mas sou”. Dou uma meia risadinha e viro pro outro lado, esperando que seja o fim da conversa.
Novamente eu me pego de frente com os pré-conceitos (ou seram preconceitos mesmo?) das pessoas.
Se tem coisa que detesto é dar satisfações á desconhecidos, quem não paga minhas contas e se acha no direito de me questionar.
Devo tatuar na minha testa agora minha identidade sexual? Não, acho que não, ou nunca mais arrumo emprego na minha vida.
Só por que sou feminina, não tenho direito á me interessar por outra mulher?
Ou por que sou lésbica tenho obrigação de usar All Star, ter cabelo curto e fazer a linha bofe?
Era só o que faltava agora, “Olha, você é sapata, não tem direito á usar vestidos sexys para não enganar os pobres homens heteros por aí.”
Estou pouco me importando com a opinião de quem quer que seja, nem com o que alguém acha.
E se fosse somente um fora, não seria melhor isso do que um simples SAI PRA LÀ SEU IDIOTA?
Ele mexe no meu cabelo, me estresso, empurro a mão dele, dou sinal e desço um ponto antes do que pretendia só pra não aturar chato de galochas.
A pior parte é tentar ser educada, quando na verdade você não quer assunto nenhum, simplesmente quer sentar no seu lugar no ônibus e ir quieta pra casa curtindo cada risada que você deu ao lado de uma super querida na sala de cinema do shopping mais gay da cidade, ao lado de um outro casal lésbico que também ria do filme.
Por que essa é uma grande verdade que a grande maioria dos héteros ignora. O mundo é Gay.
E eles estão nele.
Na Roma antiga era a coisa mais comum os homens juntos, se comendo.
Hoje é mais normal ainda, a diferença é que mulheres heteros não saem por aí botando pressão até os caras de saco cheio darem um fora falando que são gays.
Mesmo por que é bonito ser macho.(?)
As novelas sempre tem um gay aqui, outro ali, mas quase sempre são mais caricaturas do que personagens.
E após as caricaturas que desfilam pela rua, como bom projeto de macho no melhor estilo Tammy Gretchen que vemos as pencas por aí, nós femmes nem podemos reclamar da descrença de que não somos mitos, ou meras mentirosas momentaneamente desinteressadas em falos.
Mas eu reclamo.
Reclamo da contaminação da mente das pessoas por idéias absurdas.

Reclamo das pessoas invasivas, inconvenientes e intrometidas.
Reclamo do machismo enrustido até mesmo em mulheres.
Reclamo do No sense em geral, e de todas essas situações que acabam com meu humor.

Jogos de Adultos

Ando desejando entrar na minha sapateira, e sair em um mundo paralelo com pessoas reais e “vivas”.
Você assistiu as crônicas de Nárnia? Pois é, eu queria através da sapateira criar o mundo de Lust, um mundo onde os homens são serviçais ou objetos de decoração, e todas as mulheres são inteligentes, interessantes e trepam bem.
Saudades de ser desafiada, de conversar com mulheres que antes de mais nada causam “orgasmo intelectual” e me fazem sentir arrepios, fêmeas que exalam sensualidade através do olhar, e tentam te tocar a alma,e não só a pele.
Ando realmente sentindo falta de jogar, de ser atiçada pelos cabelos jogados de um lado pro outro, das técnicas de conversação pra despertar o interesse, de ver uma bela mulher sobre um salto caminhando calmamente para um canto, por saber que vou segui-la para saborear cada gole que ela vai dar em sua taça, e beber de cada palavra sobre tudo que ela conhece.
Cansada de sair e encontrar sempre a mesma alma habitando vários corpos diferentes, todas em jeans apertadíssimos ou vestidos pretos, que tomam uma caipirinha ou uma breja e se oferecendo para ser beijada.
Ok, tudo bem, eu sei que a maioria das vezes isso funciona, mas é preciso que fique claro que eu não sou como a maioria.
Eu sou uma lésbica que já passou por muitas experiências importantes da vida, já tive dúvidas quanto á minha sexualidade, já sofri muito por Amor, já fui Don Juan de saias, enfrentei medos, família e sociedade, tudo isso para poder crescer.
Hoje sei exatamente quem sou, o que quero e preciso.
E por tudo isso, por saber exatamente o que faço e como faço, me dou o direito de desejar mais do que alguém que espera ser beijada quando toca minha nuca.
É direito meu optar por só sair com alguém que também vai me dar prazer.
E eu peço, por favor, se não tem fome, se não vai me fazer tremer nem gozar até jorrar, não me faça perder tempo.
Eu não sou da ordem das comedoras caridosas, nem dessas ativinhas caminhoneiras pra quem o ápice é sentir um molhadinho na mão e outro na cuequinha Box.
Minha fome vem aumentando dia á dia, quanto mais durmo de tédio causado pelas basiquinhas fofinhas de plantão, maior meu desejo de lascividade com uma MULHER bem puta, sem censuras e que não tenha medo de ser sugada até ter a essência saindo de forma líquida pela vulva .
Xi...Te escandalizei agora?
Se o caso for esse, hora de ir pra caminha, e não esquece de rezar pela minha alma, mas principalmente pela SUA, para que um dia você consiga descobrir o que é GOZAR.
È exatamente isso que eu busco, as mulheres que amam mulheres, que amam tocar e ser tocadas, e que sabem que está na sedução o principal atalho para o Amor.
Jogo de adultos.
O melhor remédio para conseguir agüentar o peso da mascara de boa moça durante a semana, é exceder meus desejos e me dar o prazer de ser libidinosa com alguém que sabe que tesão vale muito mais que álcool no sangue.
Lúcida o bastante para entender a necessidade, e com loucura em abundância para ir atrás.
Necessidade do coração batendo surdo nos ouvidos, de espreitar, da adrenalina da perseguição.
Eu queria saber por onde se escondem as demais fêmeas que seguem seus instintos, pois no momento me sinto a única da espécie, sendo alimentada com coisas sem vida e enjoando com elas.

Hora de deixar algumas coisas bem claras por aqui.
Não, eu não sou a filhinha da mamãe, não tenho um porto-seguro, não sou a mimada que nasceu com o bumbum pra Lua.
Sou *apenas* EU.
Teve um tempo em que eu me perguntava por que eu era tão errada, tão lúdica, ansiava tanto por um final feliz.
A verdade é que se fosse bom, não seria um final, e sim um eterno começo.
Eu não queria um conto de fadas, mas sim uma vida de verdade.
Mas tem pessoas que não agüentam uma mulher de verdade, não após tantas mulheres programadas, oxigenadas, com suas idéias adquiridas através de enunciados de poema e amando por comunidade de orkut ou nick de M S N.
Um tempo atrás eu me apaixonei, e quase morri quando tudo acabou.
Até que percebi que não havia acabado, por que sequer havia COMEÇADO.
Então eu parei de chorar, foi o fim do momento auto-piedade, e eu comecei á ter dó, sim, de quem não valoriza uma mulher como EU.
Por que são poucas as pessoas que vão se interessar por ir além da embalagem, embalagem essa que eu tenho certeza que incomodava *Ela*, e que se dava graças á Deus quando chegava em casa e podia desvestir e jogar sobre o tapete;
A minha mulher tem que ter interesse de deitar ao meu lado, e saber que em uma noite qualquer eu vou estar acordada, ouvindo o som da respiração *DELA*, e programando no dia seguinte não sair da cama, só para não perder o primeiro olhar, pra poder namorar o cabelo despenteado e simplesmente dizer: “Bom dia, meu Amor”.
E eu fiquei fazendo as perguntas dentro da minha cabeça: “Será? Será que você sabe como é gostoso chegar em casa e encontrar a tua mulher num roupão de seda te esperando de banho tomado, perfumada, com seu prato preferido para jantar?”
“Será que você vai se dar conta, de que sou eu quem amo seu sorriso, sua estória, suas idéias loucas?”
“ Quando você vai perceber que seu encaixe perfeito sou eu, que nunca mais ninguém vai sorrir as quatro da manhã ao ser acordada por uma crise de ciúmes tua, que é só comigo que você pode ser exatamente quem é, não importando qual das tuas personalidades estiver guiando o momento, ou que seja num dia de cansaço ou de TPM, não vai ligar para os teus resmungos e vai te achar a companhia mais perfeita do mundo?”
“Será que um dia mais alguém vai ler em você, e sair de todos os padrões não só por que você gosta disso, mas porque é isso que faz sentido na vida de vocês?”.

E então eu me dei conta que não importava quantos planos eu havia feito, que todas as vezes que eu comemorei datas ou dei importância á pequenos detalhes, sempre fui EU.
EU desejei, eu sonhei, eu adorava o perfume, eu queria estar lá.
E no final as lágrimas eram SÓ MINHAS;
E eu vi começar um desfile de outras mulheres, um tropeçar em seres que não tinham nada , que nunca dariam nem a metade do que eu ofereci.
Com certeza vão aparecer mulheres com mais dinheiro do que eu.
Outras vão jurar que vivem *a mesma vibe*.
Outras ainda podem agüentar um mês ou dois vivendo o roteiro do filme, mas nenhuma delas vai querer lutar no dia-á-dia.


Eu parei de lamentar.
E não, eu não preciso sair por aí *pegando* qualquer uma, por que acima de tudo na minha vida eu primo pela qualidade.
Como já disse antes, não sou mimada, apenas acredito realmente que após um relacionamento, somente outro no mesmo nível, no mínimo, ou alguém melhor.
E eu não me presto á esfregadinhas, pegações de fim de semana aleatórias e afins.
Não é necessário nada disso para esquecer alguém, isso só serviria para esquecer á mim mesma.
E sabe do que me lembrei agora?
Eu me adjetivo.
Você NUNCA vai me ver perder a linha com Igatú, Açúcar e limão.
Não vai se decepcionar se vier até mim de calcinha rendada ao som de Portishead.
Mulher, Demônio, Libido, Luxúria... Isso em uma só.
Não vai ser perfeito, nenhum relacionamento é, e quem se interessar vai ter que se preocupar sim, em querer fundir em mim, me servir de cama, ser meu bichinho,
ME PRECISAR.
O que existe em mim deseja isso e muito mais.

Sobre o direito á privacidade.

Mais um dia em que quase morro de tédio.
ODEIO a inclusão digital, que faz com que pessoas que falam “pobrema”, “Ir nu bar”, breja, “minina”, chegarem até mim.
Isso fora quem acha que meu MSN é território aberto, que é só adicionar e vir pedir foto de calcinha. Quem foi o gênio infeliz que decidiu sair mostrando de quem sou amiga e dando opção de adicionar, tornando minha privacidade nada privada?
Punheteiros e punheteiras de plantão, por favor, vão comprar playboy, assistir YouPorn, ir no swing...
Se vier com esse papo pra cima de mim, deleto mesmo.
Nada contra a masturbação, em tempos que só aparece gente desse nipe tanto na real quanto no virtual, sou extremamente á favor de “lubrificar a arma” por conta própria, se explorar, se auto-conhecer e promover momentos íntimos de puro êxtase.

Esfregar, apertar, gemer, penetrar... Mas isto fica para um próximo post.
A questão aqui é que sou mulher dessas que acreditam que a inteligência é necessária, afrodisíaca, e que um rostinho bonito não molha.
Não me interessa se teu cabelo é tratado com o shampoo que custa cem reais, se você faz chapinha com íons e usa roupas da moda. Pra me ter vai ter que saber o que é hedonismo, gostar de cabaré, não usar gerundismo.
Eu tenho febre de mais correndo nas veias, alma que carrega todo o peso de desejos não realizados, beijos perdidos, do desconhecido.
Meu medo não é do desconhecido, mas sim de tudo aquilo que vejo no claro, da mentira existente na realidade.
Esse é um peso que só quem vive a ausência, a solidão no meio dos outros, a consciência de ser real e diferente é que sabe carregar.
Pesa intangivelmente, como uma frase que ficou presa entre os dentes e a língua.
Pesa como o desejo que ficou represado em uma lembrança, ou talvez como um olhar que nunca deixou de ser visto.
O maior peso de todos é o de carregar conceitos nas costas, preconceitos de quem tem opinião formada nas coxas por toda essa gente mal-amada e duas caras que diz “não” querendo se entregar; Pessoas que não realizam seus próprios desejos com medo do que os outros (?) vão pensar.
Sinceramente?
Quero que os outros vão viver e me deixem com minhas certezas, ou que realmente venha alguém capaz de me entender e acrescentar. SOMAR.
Por que de quem crítica e “tenta” ME impor suas verdades estou de clitóris cheio.
NINGUÈM é obrigado a ficar comigo, nem perto de mim.
Sede de vida, fome de infinidade, um desejo absurdo de afinidade e paixão.
O que eu quero não tem ainda um nome.
É a liberdade dessa prisão que não tem asas e aprisiona em si cinco sentidos absurdamente apurados.
Questão de sentir.

Hoje eu só quero chocolate, um bom livro ou um pouco de honestidade.

Enjoada da hipocrisia das festas de fim de ano, enojada com as decisões erradas e atitudes impensadas de quem me rodeia.

Preciso de uma loucura na madrugada, de um beijo roubado contra o muro, de uma atitude sincera, qualquer uma, desde que me toque o corpo e a alma e me faça sentir viva.