Hoje acordei tensa, bufando, batendo com o pé no chão como cavalo pressentindo o perigo.
Mas o perigo sou eu mesma.
Meu verme girava no meu estômago, e torci o nariz para a comida.
Fiquei pensando que minha fome não passaria com um prato de macarrão ao queijo, nem com Lasanha, nem com Ambrósia.
É uma fome de muito mais que isso.
E quando o muito mais não vem, eu fico assim, com meu verme me mordendo, um fogo subindo e descendo e pingando, e a monotonia desbotando meu dia.
E eu não gosto de dias monótonos, por que minha vida não é chata.
Eu decidi isso desde que me entendo por gente, e me recuso á deixar que gente chata deixe minha vida chata.
Sorrir só por que o céu está azul me parece uma felicidade primária demais.
Não estou questionando quem é feliz, eu também quero ser feliz, minha revolta se dirige á quem sorri á toa, á quem faz outro á toa um motivo pra sorrir.
Eu não tenho tempo para essas tolices.
Me falta sangue pra flexionar tantos músculos e fazer isso por nada.
Porque é exatamente isso, o nada.
E então eu pergunto, tediar é um verbo?
Vejo você apertando, espremendo, e nem uma gota de nada que valha a pena escorre.
E pra você isso é viver.
Humpf.
Eu quero é morrer de paixão.
Amar aquela mulher com jeito de gata lânguida, se roçando, me provocando, desafiando.
Que me tire do sério, tire do tédio,
vire minha alma do avesso, atrapalhe meus pensamentos, mas pelo amor de DEUS,
me faça sentir... um arranhão que for, me dê.
Que me tire do sério, tire do tédio,
vire minha alma do avesso, atrapalhe meus pensamentos, mas pelo amor de DEUS,
me faça sentir... um arranhão que for, me dê.
Até mesmo para ser insatisfeita tem que ter estilo, é preciso ter argumentos, é necessário SER.
Parte do meu charme é que meu tédio se mistura á inconstância, e tudo aquilo que se espera de qualquer um nunca vêm.
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